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“…ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje, vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura” (Evangelho segundo Lucas, capítulo 2, versos 7 a 12).
A época era difícil para muitos. Pagavam-se altos impostos, e a expectativa de vida era curta. Doenças que julgaríamos hoje como simples matavam as pessoas. Havia imoralidade, corrupção política, e dificuldade para se encontrar trabalho. De fato esses parecem fatos comuns da sociedade humana e diversos períodos. Onde o ser humano se instala, logo também se instalam as lutas de poder, as invejas e as condutas duvidosas, ligadas à ambição pessoal.
É nesse tipo de situação que encontramos pastores citados por Lucas. São homens e mulheres comuns – porque tanto homens quanto mulheres exerciam a função de pastores de ovelhas no tempo em que Jesus nasceu. Eles lutam por sua subsistência e pelo bem de suas famílias. Eles precisam se precaver dos perigos que rondam suas ovelhas – os lobos, leões, ursos e ladrões. Vivem num lugar dominado – os romanos (estrangeiros) são os que dominam a região.
Herodes é o rei do lugar – um rei que politicamente faz o jogo dos romanos, e que ao mesmo tempo que realiza grandes obras, é implacável e pronto a punir com a morte qualquer sinal de revolta contra suas vontades e poderio. Então é fácil imaginar que tais homens e mulheres tenham sonhos e ao mesmo tempo vivam as incertezas e desesperança de uma época complicada. De fato então, nós, nos dias de hoje, em muitos aspectos, pouco diferimos deles.
Vivemos, uns mais e outros menos, as incertezas de cada dia, de cada momento. Vivemos a dependência da decisão daqueles que estão acima de nós, determinando destinos de toda uma nação ou mesmo de uma cidade. Muitos vivem a questão do desemprego, da morte que nos ronda pela doença ou dos ladrões que estão soltos pelas ruas. Foi para tais pessoas, porém, que um anjo de Deus foi enviado para lhes dizer que Deus tinha boas novas para eles. Talvez eles esperassem a notícia de que os impostos seriam diminuídos, ou que o preço da lá de ovelhas teria um aumento. Mas não foi isso que ouviram. Ouviram dizer que Deus lhe enviara o Salvador, o Cristo. O Cristo era o prometido, o ungido de Deus, o Rei dos reis. O Salvador era aquele que viria libertar o povo. Quando o anjo se foi, o governo romano ainda estava no poder. Os impostos continuaram os mesmos. A possibilidade de chegar o lobo, o leão, o urso e o ladrão também permaneceram. O que mudou então?
O que mudou foi o coração daqueles pastores. O Salvador os veio salvar do temor de todos os dias. O Salvador lhe veio garantir vida mesmo que muitos estejam à volta cultivando a morte. O Salvador foi prometido por Deus e veio. E não veio como os poderosos gostaria. Ele é colocado em uma manjedoura. Seus valores não são os deste mundo. Sua apresentação é humilde. Ele nos acolhe mas surge como criança como que dizendo: acolham-me vocês; recebam-me vocês; deixem-me entrar em suas vidas; cultivem-me e deixem-me crescer no meio de vocês. O convite do nascimento de Cristo é para que nós admitamos que Deus nos deu o melhor que Ele tinha. Ele nos deu Jesus, e Jesus é o Cristo; Jesus é o Senhor. Cesar, e qualquer outro que venha a substituí-lo, não é o senhor – e a desesperança também não. A doença não será a senhora que determinará o rumo do coração, nem a tristeza e nem mesmo o abandono. A insegurança também não será a senhora de nossas vidas.
A mensagem dada aos pastores é passada para nós hoje. “Não tema porque há uma excelente notícia para você: Jesus veio a este mundo e Ele é o Salvador – Ele é Cristo, o Senhor”.
Então é a Ele que devemos buscar como fizeram os pastores. Devemos correr para ele, adorá-lo e deixar que ele se aloje no lugar simples de nosso coração e que Ele cresça em nós e a partir de nós passe a ser conhecido por outros. Você é convidado a fazer isso hoje.
Então sim, você viverá o verdadeiro sentido do Natal.
Aproveite estes momentos. Se você não é cristão, mesmo assim será bem vindo ao momento de Natal, um momento em que todos somos chamados a considerar o presente mais especial de todos – o Amor de Deus e a paz entre os homens.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que nos deu o Seu Filho Unigênito, para que todos aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Evangelho segundo o evangelista Joao, capitulo 3, verso 16).
