Dee Brown nasceu em 28 de Fevereiro de 1908 e faleceu em 12 de Dezembro de 2002. Escreveu algumas obras de caráter histórico, sendo “Burry my heart at Wounded Knee” , traduzido para o Português como “Enterrem meu coração na curva do rio” sua obra principal, publicada em 1971.

O livro apresenta um contraste claro com as velhas e conhecidas histórias do faroeste americano. Brown conta a história de como o homem branco conquistou as terras dos índios. É um relato impressionante de como os nativos foram tratados e a habitação de gerações foi tomada. O trabalho de Dee Brown é muito bem feito, com fotos de chefes indígenas famosos (inclusive de alguns citados em alguns filmes de Hollywood), como Touro-Sentado.

Há também em cada capítulo citações de chefes índios que dão uma ideia de seus pensamentos, aspirações e emoções.

Esse escritor conseguiu capturar em neste livro o sentimento dos antigos habitantes das Américas, especialmente os da região que hoje conhecemos como Estados Unidos, diante do avanço do homem branco sobre a morada de seus ancestrais.

É uma história da luta dos nativos por preservar seu estilo de vida, suas famílias, cultura e também a natureza à sua volta. O livro é tocante e trágico, trazendo à luz o quanto os povos indígenas foram injustiçados e maltratados.

Várias vezes traídos e roubados, vítimas de massacres e intolerância, nações que existiram por séculos foram levadas à desgraça. Dee Brown leva o leitor a voltar no tempo e rever os cenários e lutas de tempos antigos no velho oeste americano.

Nessa viagem, as figuras de personagens reais se levantam e a verdadeira face deles se mostra na medida em que o leitor avança na jornada.

Se você gosta de histórias reais e documentadas, esta é uma obra importante e relevante mesmo para os dias atuais. “Enterrem meu coração na curva do rio” (Bury my heart at Wounded Knee) pode ser encontrado facilmente em Português. O exemplar que temos em mãos é já antigo, publicado pelo Círculo do Livro.

As histórias que ouvimos e vemos sobre índios americanos normalmente apresentam-nos como vilões implacáveis e sanguinários e dão ênfase a violências realizadas por eles nas quais homens e mulheres brancos, e também suas famílias, são vítimas.

Dee Brown inverte o jogo, e conta a história de como sistematicamente, e sem razão justa para tal, populações indígenas foram condenadas à morte pela fome, pelo engano, traição, e pelo abandono e pela força das armas.

Uma obra estupenda e um legado de verdade para a humanidade. Uma imagem do passado que nos mostra que o ser humano é capaz de fazer coisas terríveis com seus semelhantes.